Uma fabriqueta de idéias com atacado, varejo e incentivo fiscal.

Cotidiano de compras

Acho que um dos ambientes mais incríveis que podemos encontrar em metrópoles são supermercados. É uma explosão de cultura. Um misto de circo, shopping, programa de auditório e... (insira aqui um adjetivo aleatório).

A recepção nos supermercados, daqui, começa no que você pega o carrinho. Particularmente, sempre pego algum que está sujo, onde se coloca a mão, ou com a roda quebrada. Deve ser por seleção natural, ou Murphy, sei lá. Ao entrar no supermercado você realmente se sente naquele programa “Super Market”, que passava na Band (década de 90) com Ricardo Corte Real, que consistia nas pessoas fazerem um circuito por dentro de um mercado pegando tudo o que tivesse pela frente. Acredite, é assustador.

A primeira impressão que se tem ao entrar no supermercado é que o mundo vai se acabar, não em 2012, mas no dia seguinte. As pessoas estocam comida. Sério! Pessoas com 2 e 3 carrinhos, dos grandes, lotados de comida, ao ponto de qualquer atendente de caixa comum ter um infarto fulminante. E assim, é tudo muito rápido. As pessoas têm medo de que, elas mesmas, acabem com todo estoque do estabelecimento. Essa cena dantesca é embalada pelo locutor de ofertas. Um projeto de Silvio Santos sem riqueza e sem o SBT, que narra tudo o que está acontecendo dentro do supermercado.


Com frases do tipo:
“Só aqui você encontra pá, peito e acém por R$ 7,98.” – Tipo... isso não se vende separado?!
“Coxa e sobrecoxa, corte americano, kilo, por apenas R$ 8,35” – Alguém me explica o que é o tal corte americano? Rola um brasileirinho?
“Alô Dona Maria, ta chegando agora? Seja bem-vinda ao supermercado...” – Isso quando o sábio locutor não tenta fazer vinhetas com a boca, algo do tipo: “Su-su-su-suuuuupermercado pra você.”

Não, não é tudo. Essa criatura ainda transforma o lugar num programa de auditório. Se lembra dos comerciais das Casas Bahia, com a tal explosão de ofertas... Pois é. Imagine isso pessoalmente.

“Atenção oferta relâmpago! Camarão em pacotes de 3kg por apenas R$8,00. Agora, aqui no balcão de gelados. Pode chegar, estou aqui esperando por você.”- “Oi qual seu nome? Vai levar um Camarão?”

Nesse momento o supermercado vira uma praça de guerra. Pessoas largam carrinhos e saem, como se não houvesse amanhã, atrás da tal promoção relâmpago. É empurra-empurra, pega e não pega. Dizem que pessoas já foram pisoteadas nessas circunstâncias, o que eu não duvido.

Semana passada, tive ir ao supermercado. Era questão de obrigação, mesmo. Estava correndo o risco de abrir a geladeira e ser sugado pelo vácuo que habitava as prateleiras. Enfim, fui ao mercado e todo o Brasil decidiu fazer o mesmo. Quanta gente... (ó quanta alegria...)
Para se ter uma idéia, não tinha como transitar com carrinho pelos corredores. Havia engarrafamentos e o locutor dava boletins de trânsito pelo auto-falante: “Atenção. Movimentação intensa nos laticínios, tenha cautela com seu carrinho.” Era assustador.

Por sorte, o corredor dos gelados estava tranqüilo e foi por ali que decidi transitar. Até que a tal voz, que realmente tem um quê, digo “ma-ma-maoe”, de Silvio Santos, informa: “Promoção relâmpago no setor de congelados!!!”
Foi instantâneo, dei um berro: “FUUUUUUUUUUUU” e saí correndo com várias pessoas me seguindo, achando que iria comprar todo o artigo em promoção, ao contrário estava fugindo do tumulto. Fugi com êxito e muito assustado. Depois do fato, foi apenas aguardar 30 minutos na fila do caixa e partir pra casa.

Acho que não existe nada tão intenso no cotidiano quanto ir ao mercado. É indescritível a sensação de adrenalina e o extinto de sobrevivência correndo nas veias durante as compras. Fica a dica pra você, quando visitar uma metrópole, vá ao mercado. Lá sim você vai ter experiências diferentes para levar de recordação.
Eu sobrevivi às compras e você?

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Direito Autoral no Cotidiano...

Enfim uma discussão fundamentada sobre o direito autoral na internet. Para um país que até então, mal possuía uma legislação sobre o assunto, começa a chegar ao público uma proposta de lei para a distribuição do direito autoral, regulamentando de forma mais específica a atuação de órgãos que deveriam ser os "reguladores".

Tenho lido e ouvido os mais variados pontos de vista. Concordo com alguns e discordo de outros. A classe artística, em geral, está contra a distribuição gratuita de músicas pela internet, o que já é fato, contra a lei, e acontece de forma natural. Pense comigo, se a lei continuar proibindo, você acha que vai acabar a reprodução e difusão pela internet?

Existem artistas que acham ser uma falta de respeito difundir sua música pela internet. Porém, vale lembrar, que a possível fama não existiria, ou ainda estaria existindo, caso não houvesse divulgação na rede pelos “contrabandistas musicais”. Sei bem quanto custa para elaborar, mixar e distribuir um CD, assim como sei que o valor ao consumidor final é praticamente inviável para grande parte do público.

Contudo, será que não devemos pensar em criar novos planos de negócios? Você não acha fácil demais um artista receber direito autoral na comodidade do seu lar, enquanto todos os mortais, que dão o tal sucesso a eles, se matam trabalhando? Por que não usar a música como uma ferramenta de divulgação e ganhar dinheiro, realmente, com shows e outras formas de negócio mais rentáveis? Não digo que artistas sejam acomodados, mas indico o caminho do sucesso: Muito trabalho!

Não faço apologia à pirataria, mas acredito que precisamos reformular certos, velhos, conceitos, para difundir melhor a cultura em nosso país. Dentro de poucos meses, teremos internet banda larga, nem tão larga assim, distribuída publicamente pelo governo. Você acha que a
internet chegando onde os artistas não vão, as músicas vão deixar de serem baixadas? Engano seu.

Senhor artista que se revolta com essa situação, veja o internauta como um potencial consumidor do seu conteúdo. Aproveite a ferramenta internet pra ampliar seu domínio e quebrar barreiras e paradigmas da sua fama. Indico a leitura do Manual de Sobrevivência no Mundo Digital, do cantor Leoni. Não que seja a única saída, mas acredito ser um começo.

Reveja seus conceitos ponto com ponto bê erre.